quarta-feira, 11 de abril de 2012

AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN - CAPÍTULO I - PRIMEIRA SINFONIA- DÓ MAIOR - OPUS 21


AS  NOVE  SINFONIAS  DE  BEETHOVEN
Correlacionado com os Nove Mistérios Espirituais

Corinne Heline


CAPÍTULO  I


PRIMEIRA SINFONIA    -     DÓ MAIOR    -    OPUS 21



É reconhecido, sem sombra de dúvida, que, em Beethoven, a maior e mais poderosa forma de música instrumental encontrou seu maior e mais poderoso expoente. – E. Markham Lee em The Story of Symphonies.


A primeira das Nove Sinfonias teve sua pré-estréia em Viena sob a direção do próprio Beethoven em 2 de abril de 1800. Esta foi a primeira da grandiosa e imortal série que é o monumento colossal da música deste tempo. O ano em que foi produzida sugere que foi o “canto do cisne” instrumental do século XVIII.

A missão de Beethoven foi a de servir como mensageiro da música cósmica. Era seu destino alcançar além da superfície deste plano e trazer para a humanidade a gloriosa música do espaço, e esta missão foi cumprida em suas Nove Sinfonias. Nestas composições, Beethoven, nas palavras do Sr. Lee, “reserva algumas de suas maiores e mais graves declarações. A perspectiva, ” ele continua, “é invariavelmente grande, todo o método de concepção é de uma grandiosidade e de uma força titânica. Ele enfoca o assunto com seriedade e o resultado é grandioso e sereno.”

A nota-chave espiritual da Primeira Sinfonia é Poder. O número um é indicado por uma coluna vertical, o primeiro símbolo da Divindade, como foi adorada pelo homem primitivo do início da civilização. O número um também significa o Ego, o indivíduo, cujo propósito de sua jornada através da evolução é manifestar sua divindade inata.

Fiel à forma sinfônica, esta sinfonia está dividida em quatro movimentos. Um Allegro, que é precedido por um Adagio introdutório expressando poder, dá as notas-chaves da composição. O segundo movimento, um Andante, e o terceiro, um Minueto que é mais um Scherzo, sustentam uma convicção de uma fidelidade a este poder que tudo permeia, mas que está latente. O Finale, num espírito de exaltação, chega a um clímax nas cordas triunfantes: “E Deus criou o Céu e a Terra e tudo o que está nela; Ele viu que Seu trabalho era bom”.

A Primeira Sinfonia é uma precursora das belezas e glórias dos Nove Graus de Iniciação pelos quais o homem se torna um super-homem e um homem-deus. Nela, Beethoven sobe às alturas e desce às profundezas de um modo que poucos no seu tempo puderam prever ou compreender. Aquele que consegue perceber os valores incorporados  na estrutura interna desta sinfonia irá colocá-la entre as melhores inspirações deste magnífico gênio musical.

As composições de Beethoven seguem modelos pré-concebidos. Este grande músico não fez nada sem um objetivo claro. Assim, por exemplo, não se pode considerar como acidental que a introdução da Primeira Sinfonia seja formada por doze compassos, cada um dos quais pode ser considerado como abrindo a porta a cada um dos doze signos zodiacais, cujas forças desempenham seu papel na música verdadeiramente cósmica em sua expansão e natureza. Os doze compassos estão divididos em três grupos de quatro, cada grupo dos quais anuncia a melodia que se seguirá. Os quatro formam uma amalgamação das forças que fluem através dos quatro elementos da natureza: Fogo, Ar, Terra e Água.

O Adagio introdutório consiste de doze compassos, iniciando em Fá Maior e continuando em Dó Maior, tonalidades que têm rico poder tonal. Em contraste, o segundo tema expressa os atributos femininos de gentileza e doçura, soando as vozes combinadas e alternadas dos sopros de madeira.

O Minueto, arauto do Scherzo, é um tempo rápido. Um crítico musical escreveu: “Ele se move livremente sobre extravagâncias divinas de modulação de um modo que perturbava os ortodoxos de 1800”.

O Finale é introduzido por três compassos nos quais os primeiros violinos revelam a escala ascendente do tema pouco a pouco. As progressões tonais e as passagens rápidas pressagiam o término da Idade Antiga e a busca para o começo da Nova.

No terceiro movimento, a música recapitula o trabalho dos dois movimentos anteriores num andamento acelerado que representa o júbilo do alcance espiritual. Este movimento contém 353 compassos cujo valor numérico é 11, o número da perfeita polaridade. Tanto o Minueto como o Trio estão em Dó.

No Finale, que é descrito por um rondó, a métrica numérica é oito, o número da sabedoria. “O primeiro motivo cadencia na dominante dentro de oito compassos e é seguido por um motivo acompanhando de mais oito compassos que levam ao completo final”.

Este movimento se centraliza em um diálogo entre os sopros de madeira e as cordas, tipificando os sentidos purificados, a mente espiritualizada. Trompetes e tímpanos acrescentam forças amalgamadas do homem completo. Aqui, o três-oito-sete, que soma dezoito ou nove, indica as bases da Grande Obra.

O fraseado do Allegro é composto de quatro compassos e é dividido em dois-mais-dois que acentua o princípio fundamental da polaridade sobre a qual toda a criação está baseada e que forma a pedra angular de todos os ensinamentos iniciatórios. Beethoven aqui projeta princípios cósmicos ou dá uma cópia do universo como é ensinado nas Escolas de Iniciação Musical que, como todos os antigos Templos de Mistérios, incluindo os da antiga Maçonaria, incluíam em seus currículos matemática e astronomia além da música. O Allegro consiste em 288 compassos que soma o valor numérico nove, que é o número do homem e da Iniciação.

O segundo movimento compõe-se de 250 compassos, o valor numérico do sete, um número fundamental na evolução humana. Ele define o movimento que é introduzido por sete compassos não usuais. Mais adiante, há o retorno dos quatro compassos, após o qual é empregado um simples compasso para confirmar o começo da individualização.

Beethoven introduz neste movimento um solo dos tímpanos independente. Ele está nos dizendo que o homem deve aprender a refletir o espírito na ação. Este fato é produzido pelo tema principal, sendo primeiramente dividido entre as cordas agudas e as graves, tipificando o caminho entre as naturezas inferior e superior. Mais adiante, o tema principal é outra vez repetido entre as cordas e as madeiras, definindo assim o caminho musical da transmutação pela qual o desejo é transmutado em espírito.



 PRIMEIRO  MISTÉRIO


A Iniciação  nos Mistérios capacita  a pessoa, quando envolvida por seus melhores e mais diáfanos corpos, a entrar e estudar as verdades maravilhosas que estão escondidas nas mais altas e sutis camadas da Terra.

No Primeiro Mistério, o candidato penetra nos planos internos da Terra. As forças e as atividades que se manifestam nestes planos, que são nove estratos, correlacionam-se com cada um dos Nove Mistérios Espirituais. Em cada um destes Nove Mistérios, o candidato é ensinado a estudar estas várias atividades e a trabalhar com estas poderosas forças dos planos internos.

Quando a humanidade se tornar suficientemente clarividente para ser capaz de investigar estes planos, um admirável mundo novo será revelado a ela e a geologia será uma das mais fascinantes ciências materiais. Esta última expressão é um falso nome, pois, na realidade, não há uma ciência material, pois quando o coração de qualquer ciência é totalmente revelado, ela se torna verdadeiramente espiritual em sua natureza essencial. Assim, ela revela o amor e o cuidado de Deus por seu planeta Terra e todas as ondas de vida em evolução que vivem nela. A música da Nove Sinfonias, quando musicalmente interpretada, abre novas visões de idealismo e compreensão até agora não sonhadas.

O Primeiro Mistério está relacionado com a Terra física. Na Memória da Natureza, estão escondidos os maravilhosos segredos relativos ao longo período evolucionário deste planeta. No Primeiro Mistério, aquele que se tornou capaz é ensinado a ler no Registro Etéreo e a aprender algo das maravilhas da história passada da Terra. Neste registro, ele é capaz de ver as enormes florestas verdes e os gigantescos animais da Lemúria. As majestosas florestas vermelhas da Califórnia são vestígios do Antigo Período Lemuriano.

Esta época foi seguida pelo, o cinzento e enevoado continente Atlante. As formas dos animais se tornaram menores e a flora mais variada e delicada em sua textura e cor. Depois da Atlântida, a presente idade do arco-íris nasceu, uma idade em que o Sol brilha claro numa atmosfera oxigenada e a presente humanidade Ariana, a Quinta Raça Raiz, surgiu.

A majestade da Primeira Sinfonia é a descrição da tremenda transformação da Terra. Em seus quatro movimentos, é como se o compositor estivesse colocando em música o fiat criador de Deus. A música cresce cada vez mais, culminando no voo do Finale que traduz em imortal som o pronunciamento do final dos seis dias da Criação registrado no Gênesis de que tudo o que foi feito era bom, “era muito bom”.






















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