quarta-feira, 11 de abril de 2012

AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN Correlacionado com os Nove Mistérios Espirituais Corinne Heline CAPÍTULO VII SÉTIMA SINFONIA - LÁ MAIOR - OPUS 92





AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN
Correlacionado com os Nove Mistérios Espirituais
Corinne Heline

CAPÍTULO  VII

SÉTIMA SINFONIA   -   LÁ MAIOR    -    OPUS 92

Beethoven compôs a Sétima das Nove Sinfonias em toda a exuberância de sua maturidade criativa, e cada um dos seus quatro movimentos transbordam a ardente essência de sua inspiração. O ouvinte é dominado pela abundância de sua beleza. Nesta sinfonia, você sente o gênio de Beethoven como algo inesgotável, glorificado em sua própria força titânica, como se fosse uma divindade ignorando sua casta, orgulhoso de seu conhecimento de força invencível, liberto, despreocupado, salvo quando o Allegretto admite uma divina melancolia. – Pitts Sanborn
                                                                                                                                            

A primeira apresentação desta sinfonia foi em Viena, em 8 de dezembro de 1813, fazendo assim um intervalo de cinco anos entre a Sexta e a Sétima. Durante este período, Beethoven esteve aprofundando sua consciência   espiritual e captando uma afinação mais próxima às forças da música celestial. O que ele produziu na Sétima oferece ampla evidência da verdade que a avaliação do Sr. Sanborn fez acima.

A nota-chave espiritual da Sétima Sinfonia é Exaltação. Sete marca a conclusão de um ciclo em termos de duração de tempo. A trindade do espírito se eleva triunfante sobre o quatro da matéria. O espiritual se torna agora primário e o material, secundário. É este triunfo do Espírito que é o glorioso tema da Sétima. Tanto Richard Wagner como Franz Liszt olharam a sinfonia como a “apoteose da dança”. O mais profundo espírito da dança representa ritmicamente a ascensão no caminho da Iniciação que termina em divina harmonia com a Eterna Luz. Do ponto de vista da interpretação, a Sétima Sinfonia é verdadeiramente uma Apoteose da Dança.

Wagner identificou esta Sinfonia com a dança em sua mais alta expressão como a realização do corpo em forma ideal. Ninguém melhor que ele sabia que a dança teve sua origem nos movimentos das esferas planetárias e que a missão de Beethoven era recapturar algo destas harmonias estelares.

No primeiro movimento (Poco sostenuto, vivace), acordes exultantes e dominantes repetem esta canção triunfante acompanhada do inebriante ritmo do tema principal. Esta introdução desdobra os temas que se seguem numa sucessão de escalas ascendentes que foram descritas como escadas gigantes. Beethoven aqui está afinando os ouvidos humanos com os ritmos planetários. Ele traz à Terra insinuações da música das esferas pelas quais os sistemas solares são impelidos em seus movimentos? Assim, sua música se torna uma escada que vai até as estrelas. Ele carrega o ouvinte para as grandes alturas e profundezas, transcendendo a pequena e limitada esfera na qual o homem mortal se move em seu estado sem inspiração.

No segundo movimento (Allegretto), um tom de solenidade é introduzido. Ele passa de Lá Maior para Lá menor, já que é mais fácil recapturar os ecos da música celestial em tons menores. É como se o espírito estivesse estupefato na realização da responsabilidade que vem com tal consecução. Este tom solene e misterioso persiste por todo o movimento. Foi comparado a uma procissão através das catacumbas.

O terceiro movimento (Presto, presto meno assai) toca uma nota ainda mais exultante do que a que foi ouvida no primeiro movimento. Ritmos alegres e emocionantes são introduzidos pelas cordas com uma resposta alegre dos instrumentos de sopro. Há arpejos dançantes e um espírito de scherzo nele todo.

O Finale (Allegro com brio) é colossal e magnífico. É como se o Céu e a Terra se juntassem num poderoso coro de majestade e poder. É a voz do espírito extaticamente proclamando: “ Estou livre, estou livre, para sempre e para toda a eternidade. Estou livre”.

Este espírito de exultante liberdade naturalmente trouxe à expressão a companhia da arte da dança. Wagner, que anteriormente se referiu à essa conexão, sentiu que não havia nada tão torpe e surdo que pudesse resistir à fórmula mágica; os galhos, as latas e as xícaras, o cego e o aleijado, etc., cairiam na dança.

A celebrada Isadora Duncan dançou todos os movimentos desta Sinfonia, exceto o primeiro,  no Metropolitan Opera House em Nova York em 1908, e o Ballet Russo de Monte Carlo também transcreveu o trabalho todo em poesia do movimento. A coreografia que a sinfonia evoca tem um caráter mais etéreo e espiritual do que físico; isto foi declarado por um comentarista que pensou nela expressando uma dança cerimonial que deve ter sido realizada pelos coribantes, os sacerdotes de Cibele em volta do berço do infante Zeus.


UMA  VISÃO  DO  CAMINHO

Um viajante se aproxima de uma enorme e elevada montanha, cujo topo coberto de neve brilha à luz do Sol como uma coroa de diamantes. A subida desta montanha é íngreme e perigosa, o caminho estreito e escarpado. Frequentemente, o viajante perde seu passo e cai de bruços no chão, mas sempre a silenciosa Voz interior firmemente o impele “Para frente e para cima para sempre”. Às vezes ele toma o caminho errado e tem que retroceder pelo longo e estreito caminho, mas sempre a Voz interior, gentil, mas insistente, é ouvida dizendo: “Você nunca falhará enquanto persistir, pois a única falha está em parar de tentar”. Outra vez, o caminho leva através de escuras e estreitas fendas onde o Sol está longe da vista. É então que em sua visão mental ele pode ver o pico coberto de neve acima. O topo está rodeado por grandes conjuntos de rochas perpendiculares, escondendo toda a visão do caminho. Para concluir a subida, o viajante tem que possuir muita coragem, persistência e uma vontade que é dominada pelo espírito.

Finalmente, o topo é alcançado e oh! a maravilhosa glória da vista! Lá em baixo, ao longe, estão as  planícies e os vales rodeados por montes humildemente entremeados por cintilantes riachos. Há também grandes cidades nas quais a humanidade se ocupa com sua rotina diária, a maioria estando tão ocupada e tão descuidada para levantar seus olhos e pegar a inspiração dos lindos picos brancos lá em cima.

Quando o viajante eleva seus olhos, ele se enche de espanto, pois o topo no qual ele está, o qual ele pensou estar tão alto e  ser o final, está diminuído por montanhas mais altas cujos picos estão completamente longe da vista no imenso azul. As palavras do poeta místico Kalil Gibran vêm à mente com um novo significado: “Quando você chega ao topo da montanha, então é que você começará a subir”.

É então que o viajante grita: “O que está além dos majestosos picos cujas alturas  se perdem nos céus?” E a Voz, em alegre exaltação, responde: “Infinito”. “E o que está além do Infinito?” Como uma bênção vinda de lugares distantes, em sons de doçura sobrenatural, a Voz responde: “Um Infinito de Infinitos”.

Esta é a canção de alma da Sétima Sinfonia de Beethoven, o espírito triunfante e exultante cantando “Sempre para frente e para cima, pois o Caminho da Verdade não tem fim e a Busca é Eterna”.


SÉTIMO MISTÉRIO

O Sétimo Mistério está conectado com o sétimo estrato da Terra conhecido como Estrato Refletor. Este estrato está correlacionado com o Mundo do Espírito Divino e está permeado com o poder espiritual deste mundo celestial.

Fiel ao seu nome descritivo, o estrato refletor na Terra reage exatamente à natureza dos pensamentos e desejos do homem que podem ser construtivos ou destrutivos, pois, sob a lei kármica de causa e efeito, tanto os homens como as nações colhem como semeiam. Assim age a Lei Divina ao operar no Mundo do Espírito Divino que é a contraparte superior do Estrato Refletor da Terra.

A história oculta registra a submersão do Continente Atlante e a destruição de sua adiantada civilização devido à muito difundida prática da magia negra. Nos tempos históricos, lemos sobre a queda da Babilônia, uma das mais famosas e bonitas cidades da Terra, seus jardins suspensos tendo sido classificados entre as Sete Maravilhas do Mundo. Em Pompéia, os arqueologistas descobriram evidências do descuido moral e depravação que existia entre os habitantes, que agiam através das forças localizadas no Estrato Refletor da Terra, no desastre natural que enterrou a cidade sob lava e cinzas. Também, na Bíblia, lemos a destruição de Sodoma e Gomorra devido às maldades desenfreadas nestas cidades.

O homem é um ser sétuplo. O tríplice espírito está conectado com o tríplice corpo pelo elo da mente. O propósito principal das peregrinações dele na Terra é capacitar o tríplice espírito a trabalhar sobre o tríplice corpo para refinar, sensibilizar e espiritualizar estes corpos mais inferiores e transmutá-los em poderes anímicos.

Antes que esteja pronto para passar através do portal que se dirige ao Sétimo Mistério, grande parte desse trabalho tem necessariamente que estar realizado. Na sétima ou camada refletora da Terra estão guardados os chamados sete grandes segredos da Natureza. Estes segredos estão conectados com os quatro elementos  -  Fogo, Ar, Água e Terra. Neste grau, aprendem-se os muitos e variados modos nos quais estes elementos são transmutados com resultados que capacitam o controle das muitas Leis da Natureza. O Sétimo Mistério é o Grau da Divina Sublimação. Quando se passa por este Grau, o poder alcançado torna possível a jornada dentro dos lugares mais profundos da Terra e nas alturas do espaço interplanetário.

O Iniciado do Sétimo Mistério é ensinado a investigar e compreender mais profundamente algo dos quatro poderes conhecidos como Fogo, Ar, Água e Terra. Estes poderes operam sob a direção dos altos seres celestiais. Muito pouco pode ser dito abertamente com relação a este trabalho, exceto que, sob o poder do Fogo e do Ar, novos e maiores segredos são ensinados  com relação à transmutação e, sob o poder da Água e da Terra, são ensinados os mais profundos significados relativos ao equilíbrio e à polaridade.

Nesta elevada esfera para onde o Iniciado é trazido e colocado face a face com as verdades pertencentes ao Sétimo Mistério, ele se torna um verdadeiro trabalhador milagroso. Ele aprende o que é passar sem se molestar através do fogo e da água, a dominar a lei da gravidade e a trabalhar em harmonia com a lei da levitação. Ele agora é um verdadeiro mago branco, havendo aprendido a transformar os metais em ouro. Ele ganhou a liberdade da limitação que este planeta impõe a ele. É algo deste maravilhoso Espírito de Liberdade que é descrito na gloriosa e inesquecível música da Sétima Sinfonia.

Tal é a magia exercida pela música da Sétima Sinfonia de Beethoven, que o comentarista Philip Hale fez a seguinte observação: “Toda vez que a música é tocada, toda vez que ela entra na mente, ela desperta novos pensamentos e cada um sonha seus próprios sonhos”.

Há tal poder místico impregnado nesta sinfonia que ela tem a magia de despertar na alma de um aspirante a visão dos passos que guiam progressivamente na escada ascendente da realização. Mais do que isso, ela realmente irradia energias tonais que emprestam uma força para a alma no caminho da Iniciação, para seguir os passos até que a busca seja finalmente consumada nas glórias celestiais do Reino Celeste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário