Beethoven: Symphony n°2 en Ré Majeur, Op. 36 - 2. Allegretto (Karajan)
AS NOVE
SINFONIAS DE BEETHOVEN
Correlacionado com os Nove
Mistérios Espirituais
Corinne Heline
CAPÍTULO II
SEGUNDA
SINFONIA - RÉ
MAIOR - OPUS 36
Esta sinfonia é
música que transpira serenidade, beleza, jovialidade e coragem. -
Philip Hale em “Boston Symphony Notes”
A segunda das Nove Sinfonias foi apresentada pela primeira vez em Viena
em 5 de abril de 1803. Sua nota espiritual é Amor. O número dois expressa o feminino ou o princípio materno de Deus. Este princípio se manifesta
como amor supremo, poder que anima toda a sinfonia, conferindo à música tal
beleza e doçura que muitos devotos das
sinfonias de Beethoven declararam ser a mais bonita de todas. A proteção
aconchegante do espírito materno brota em alguns de seus movimentos. Em outros,
o espírito do sacrifício, inseparável do amor materno, encontra expressão em
certas melodias ternas. O Scherzo transpira felicidade tão refinada que é como
uma brisa de ar perfumado. Tem o efeito de elevar e refrescar um espírito
desanimado.
A surdez crescente de Beethoven serviu para livrá-lo das distrações do
mundo físico, de modo que ele deve ter captado as harmonias celestiais que
estão sempre vibrando através de nosso cosmos ordenado.
A qualidade tonal da Segunda Sinfonia é cheia de cores orquestrais que
conferem à sua música uma qualidade e uma luminosidade desde o seu início até o
final.
O primeiro movimento produz um efeito de um brilhante nascer do Sol. O
Larghetto soa em cores suaves como um
variado jogo de luz e sombra numa superfície clara. O Scherzo brilha e faísca em júbilo vivaz e beleza,
explodindo em contrastes dinâmicos no Finale.
Sob apelos melódicos delicados e um tom de esplendor, esta sinfonia está
cheia de “episódios ousados” com insinuações de outros mundos e ecos tênues que
confundiram os críticos da época.
Este movimento com suas súbitas explosões de acordes e modulações caprichosas foi
severamente criticado pelos revisores do tempo de Beethoven, mas foram também
eles que reconheceram seus efeitos tonais como verdadeiramente magníficos.
Beethoven sempre trabalhou dentro de estrutura de espaços ilimitados.
Berlioz, em seu comentário sobre esta sinfonia, afirma que “o Andante é
uma canção pura e franca... cujo caráter não é removido do sentimento de
ternura que forma o estilo nítido da idéia principal. É uma figura encantadora”
, ele continua, “de prazer inocente que é dificilmente obscurecida por uns
poucos acentos melancólicos”. Berlioz então descreve o Scherzo como
“francamente alegre na sua fantástica volubilidade como o Andante foi completo
e serenamente feliz; pois esta sinfonia está sorrindo o tempo todo; as
explosões do primeiro Allegro estão totalmente livres de violência; há só o
ardor juvenil de um nobre coração no qual as mais bonitas ilusões da vida são
preservadas imaculadas. O compositor ainda acredita em glória imortal, em amor
e devoção. Que naturalidade em sua jovialidade... É como se você estivesse
vendo os esportes mágicos dos espírtos graciosos de Oberon”.
“O Finale”, ele acrescenta, “ é da mesma natureza. Um segundo Scherzo em
binário e sua jovialidade tem talvez algo ainda mais delicado, mas picante.”
Depois de uma das primeiras apresentações desta sinfonia em Leipzig em
1804, um crítico de discernimento maior que o contemporâneo asseverou que era
uma composição de idéias tão boas e ricas que permaneceria viva e que “sempre
seria ouvida com renovado prazer mesmo quando mil coisas que hoje estão em moda
estivessem enterradas”.
Como esta sinfonia foi escrita sob circunstâncias de uma natureza
depressiva, devido a enfermidades físicas que o compositor sofria e as notícias
esmagadoras sobre Guilietta Guicciardi, uma aluna por quem tinha se apaixonado
e que se casara com o Conde Gallenberg, os críticos não deixaram de comentar a
contradição entre o sentimento pessoal melancólico do compositor e a música
jovial e adorável que ele escreveu em sua Segunda Sinfonia.
A resposta à questão feita por esta circunstância é geralmente dada por
um comentarista que conclui que “ em vista da tragédia daquele verão, esta
sinfonia deve talvez ser vista como um escape” .
Se Beethoven tivesse vivido para fins pessoais, tal explicação seria,
com toda a probabilidade, completamente verdadeira. Mas Beethoven viveu para
servir a objetivos universais e impessoais. Ele
dedicou sua vida para trazer para
a humanidade a cura e as forças redentoras da beleza através da mais elevada de
todas as artes, a arte da música. Beethoven foi um ego titânico funcionando
dentro das limitações de uma forma pessoal. Quando ele se entregou para trazer
do mundo celeste suas comunicações musicais inspiradas, sua consciência
ascendeu a níveis onde o que é puramente pessoal se perde no universal. Daí,
concluímos sobre o caráter de Beethoven e sobre o propósito espiritual que, no
caso da composição da Segunda Sinfonia, a alegria e o amor que ela irradia não
é o resultado de um esforço desesperado da vontade de escapar da sua provação
pessoal e atribulação, mas a renúncia às suas preocupações pessoais, sejam elas
de natureza pesarosa ou de natureza exultante de alegria, a transmissão
impessoal daquilo que o mundo do som era capaz de conferir ao homem através de
um ego qualificado para servir com tão exaltada capacidade.
Marion M. Scott, em “Master Musicians Series” , observa, com relação à
Segunda Sinfonia, que enquanto Beethoven andava nas campinas de Heiligenstadt,
sua mente perambulava pelos Campos Elíseos. Em outras palavras, enquanto sua
pessoa estava andando aqui em baixo, seu eu superior estava voando lá em cima.
Foi então que ele viu, nas palavras de Marion Scott, “como acontece nas cadeias
de montanhas além do mar e nas cadeias de montanhas intermediárias uma radiante
visão das montanhas distantes no horizonte
- ele viu a Alegria”. Aquela
visão, ele nos deixou na Segunda Sinfonia.
Como previamente foi dito, o tema principal da Segunda Sinfonia é Amor.
Do amor brota confiança, serenidade, alegria e aquela grande paz que ultrapassa
a compreensão. Todas estas qualidades são lindamente expressadas através da
sinfonia que conclui na nota triunfante de
que o espírito é supremo e que é possível para ele permanecer liberto e
intocado por todas as desarmonias e desilusões do mundo externo. Emerson
expressou isso muito apropriadamente quando escreveu: “ É só o finito que tem
trabalhado e sofrido; o Infinito descansa em repouso sorridente”. Esta é a
mensagem inspiradora da Segunda Sinfonia.
SEGUNDO MISTÉRIO
O Segundo Mistério está conectado com o segundo envoltório da Terra
chamado de Estrato Fluídico. Nele, estão refletidas as forças harmoniosas e
pulsantes da região etérea. O trabalho deste Mistério tem a ver com o segredo
dos éteres, incluindo os seres que habitam esta região. Neles, estão incluídos
os espíritos da natureza que fazem muito para embelezar a Terra. A região
etérea transcende a esfera de escuridão e morte. Aqui o ser se move em luz
perpétua e numa região de vida imortal.
Existem quatro éteres com os
quais o homem está relacionado. Os dois éteres inferiores estão relacionados
com sua vida no plano físico; quanto mais terreno é seu caráter, mais densos
são estes dois éteres. Os dois éteres superiores se relacionam com as
atividades espirituais e estéticas do homem. Têm a ver com suas faculdades
superiores. Por isso, quanto mais sensível sua natureza, mais se torna
orientado para o desenvolvimento espiritual e mais rápido é o seu avanço no
caminho.
São Paulo se referiu ao corpo do homem como o templo do Deus vivo. Os
dois pilares que apoiam este templo são os dois sistemas nervosos, o
cérebro-espinhal e o simpático. Estes dois sistemas estão diretamente
relacionados com os Mistérios. Diz-se que, nestes tempos caóticos e incertos, a
grande maioria da humanidade está afetada de certa maneira por desajustamentos
nervosos. Isto é porque o homem não aprendeu a adaptar corretamente sua vida e
atividades ao fluxo e refluxo das forças etéreas. Quando ele entender estas
forças internas e viver mais em harmonia com as leis que governam os planos
etéreos, ele se tornará sensível e receptivo a esta bela e sutil influência. O
corpo humano do futuro será enormemente diferente do que é hoje. Possuirá
faculdades de tal ordem que dificilmente são imaginadas no presente.
O primeiro movimento com suas súbitas explosões de acordes caracteriza a
Hierarquia Angélica que é especialista na manipulação das forças etéreas. Os
Anjos que prestam auxílio à Terra entram em contato com ela através do plano
etéreo. Embora estejam presentes no espaço que a envolve, sua presença não é
sentida por causa da falta de visão etérea. Esta oitava superior da visão se
tornará bastante comum no curso da Idade de Aquário. Uma maravilhosa irmandade
e um companheirismo serão então estabelecidos entre os reinos humano e
angélico.
Na terna beleza e delicadeza, na doçura e pureza de muitas passagens
desta Segunda Sinfonia, Beethoven descreve algo da sublimidade desta região e a
beleza e luz dos seres angélicos que a habitam.
Novamente citando o Sr. Scott, “ Havia em Beethoven algo que transcendia
a ética de Aeschylus e Sófocles - algo que o colocava ao lado do cego Homer e
Virgílio cujos altos pensamentos refletiam o brilho de algum dia misterioso que
ainda não chegou.” Como eles, ele podia
passar pela tragédia para um conhecimento maior além, onde nascimento e morte,
alegria e sofrimento são só lados diferentes da mesma moeda dourada da vida cunhada
por Deus na eternidade.
O grande poder espiritual dos Mistérios aumenta com cada grau
ascendente. Na gloriosa música da Segunda Sinfonia, soa um eco e uma repetição
deste eco daquela força espiritual que só atingirá sua perfeição e plenitude na
música da Nona Sinfonia.
Beethoven se inspirou nas montanhas durante a composição desta sinfonia.
Os picos mais altos que ele frequentemente contemplava com enlevo podem bem ser
vistos como um reflexo físico do elevado reino espiritual no qual seu espírito
era envolvido em êxtase, quando ele se empenhava em transcrever em música o
elevado significado dos Mistérios.
No Segundo Mistério, entramos na Região Etérea para estudar os mistérios
das flores e das plantas e o ministério dos Anjos conectados com elas. A
peculiar doçura da Segunda Sinfonia é fragrante com esses segredos raros.
Com a aproximação da Nova Era, o homem se tornará cada vez mais
clarividente. Isto revelará um fascinante mundo novo. Ele será capaz de
observar a vida e as atividades dos espíritos da natureza e também a dos
mensageiros angélicos que dirigem e supervisionam suas atividades através de
todo o reino vegetal. Como resultado deste desenvolvimento, a botânica se
transformará em uma das mais interessantes de todas as ciências.
Um dos mais fascinantes aspectos da botânica da Nova Era será a
experimentação que lida com os efeitos do pensamento humano concentrado sobre a
vida e o crescimento do reino vegetal. Algumas experiências importantes neste
assunto estão sendo conduzidas neste
país (USA) e notavelmente na Índia. Seus resultados certamente serão
enormemente importantes e muito mais abrangentes do que podemos prever agora.
Significará expansão de fronteiras em termos de consciência humana e uma
amplitude de sua esfera de vida.
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