quarta-feira, 11 de abril de 2012

AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN Correlacionado com os Nove Mistérios Espirituais Corinne Heline CAPÍTULO IV QUARTA SINFONIA - SI BEMOL MAIOR - OPUS 60






AS  NOVE  SINFONIAS  DE  BEETHOVEN
Correlacionado com os Nove Mistérios Espirituais
Corinne Heline

CAPÍTULO  IV

QUARTA  SINFONIA    -    SI  BEMOL  MAIOR    -    OPUS 60


A Quarta Sinfonia é como “uma donzela grega entre dois gigantes Nórdicos” -  Robert Schumann

A Quarta das Nove Sinfonias foi composta no verão de 1806. Foi feita numa das mais agradáveis cercanias e sob condições de serenidade interna e externa. À sinfonia que então surgiu, Romaine Rolland se referiu  poeticamente como “uma pura e perfumada flor que guarda como um tesouro o perfume daqueles dias”.

Foi dito anteriormente que o número três (força) é uma emanação masculina dos valores vibratórios combinados do número um (poder) e do número dois (amor). O número quatro (beleza) é uma emanação feminina formada pela mistura do número um (poder), número dois (amor) e número três (força). Assim, há uma íntima relação entre força e beleza. As duas principais colunas na entrada do Templo de Salomão têm gravadas as palavras força e beleza. É interessante notar que vários escritores encontram nas sinfonias de Beethoven uma estreita relação entre a Terceira e a Quarta. A Terceira está centralizada em poder e força e a Quarta, em amor e beleza. “Em suas características masculinas”, escreve Alexander Wheelock Thayer, “Beethoven atinge o cimo das montanhas com fogo celestial; em suas características femininas, ele enche os vales com doçura celestial”. Esta, a proeminentemente feminina Quarta Sinfonia,  ele ouve como a “sinfonia do sonho”.

No desenvolvimento da força anímica pura, a beleza está sempre latente em seu coração, e a essência da verdadeira beleza espiritual será sempre encontrada para possuir uma certa força interna. A Quarta Sinfonia tem sido chamada de sinfonia da felicidade e seus quatro movimentos identificados com as qualidades de Serenidade, Felicidade, Beleza e Paz.

Considerando as quatro partes, o introdutório Adagio é caracterizado por uma doçura angelical; possui uma profunda e mística serenidade. “Sua forma é tão pura e o efeito de sua melodia tão angelical”, escreve Hector Berlioz, “e tão irresistível ternura que a arte prodigiosa através da qual  esta perfeição é atingida desaparece completamente. Desde os primeiros compassos, somos tomados por uma emoção que chega ao final tão poderosa em sua intensidade, que só entre os gigantes da arte poética podemos encontrar algo comparável com esta sublime página do gigante da música”; ele conclui, “a impressão produzida por este Adagio se parece com aquela que experimentamos quando lemos o comovente episódio de Francesca da Rimini na Divina Comédia.

O segundo  movimento, um Adagio em Mi bemol Maior, respira um fervor que outra vez alguns comentaristas procuraram ligar à vida amorosa pessoal  do compositor. Mas aqui, Berlioz, como Wagner, percebe a verdadeira, sublime e impessoal fonte de inspiração de Beethoven. “O ser que escreveu tal maravilha de inspiração como este movimento”, diz Berlioz, “não é um homem. Deve ser a canção do Arcanjo Miguel quando contempla a sublevação do limiar do Céu”.

O terceiro movimento ( Allegro Vivace ) invoca um completo deleite. É brilhante e fascinante. Há felicidade nas cordas, nos instrumentos de sopro e no harmônico soar dos tambores. É uma verdadeira canção de beleza que a alma receptiva vem realizar como imortal em si mesma, não tendo nem começo nem fim. Neste ponto, somos levados a exclamar com Wagner de que é música que não pode ser entendida de outra forma a não ser através da “idéia de magia”.

O Finale termina numa “brilhante perspectiva onde a harmonia dos mundos visível e invisíveis se encontram e se comunicam. Ele respira uma doce e terna bênção de paz. É a paz que  vem só para a alma que aprendeu a transmutar as dificuldades e problemas em pura beleza anímica. O mais alto significado do número quatro é esta habilidade do iluminado ou cristianizado se elevar sobre as limitações da vida humana e, vagarosa mas certamente, transformar o áspero Ashler no perfeito Cube.



                                                                             QUARTO  MISTÉRIO                                                                          


O Quarto Mistério está relacionado com a quarta camada da Terra chamada de Estrato Aquoso. Lá estão refletidas as forças da esfera mental da Terra conhecida como Região do Pensamento Concreto. O Terceiro Mistério tem a ver com a superação da natureza de desejo. O próximo passo na realização é a iluminação ou espiritualização da mente. Isto envolve longos e árduos processos e necessita de muitas vidas para sua completa consumação. Para a pessoa comum,  a mente é escrava da personalidade. A vida está completamente centrada no “Eu” ou naquilo que se relaciona com a vida pessoal. Quando o ser entra no Caminho, aprende a desligar a mente da personalidade  gradualmente  e a ligá-la com o espírito. É então que a mente se torna uma luz, uma luz que ilumina o mundo. A vida e o trabalho de tal ser traz a marca da imortalidade.

Um dos mais profundos livros da Bíblia e uma das mais belas lendas iniciáticas em toda a literatura mundial é o Livro de Jó. É a história do Grande Triunfo. Enquanto o espírito está ligado aos três amigos, o corpo físico, a natureza de desejos e a mente,  a personalidade está sujeita a todas as dificuldades e limitações da vida física tais como pobreza, doença e morte.

O acontecimento supremo na vida de Jó foi o aparecimento de Elihu. Sua vinda vitoriosa representa a  separação da mente da personalidade e sua união com o espírito. Essa iluminação ou cristianização da mente é a realização relatada no Quarto Mistério e descrita musicalmente na Quarta Sinfonia. Quando Jó alcança este estágio de desenvolvimento espiritual, seu corpo físico é recuperado, sua saúde se restabelece e até a vida de seus filhos é restituída. Jó é agora, nas palavras do poeta, “ o senhor de seu destino e o capitão de sua alma”.

No Quarto Mistério, as forças do Mundo do Pensamento estão refletidas na quarta camada, chamada de Estrato Aquoso. Este reino não é composto de água como pensamos deste elemento, mas é cheio de uma névoa  luminosa e prateada, na qual estão refletidos os modelos arquetípicos que estão por trás de todas as coisas criadas.

O Mundo do Pensamento Concreto, conhecido como Segundo Céu, é o lar de todos estes modelos arquetípicos. É lá, entre as vidas na Terra, que o Ego passa muito tempo aprendendo como construir o arquétipo que será o modelo do seu próximo corpo terreno.

É importante notar que é no plano mental que estes modelos arquetípicos são construídos, pois isto nos dá um conceito mais claro do tremendo poder do pensamento criador. No Quarto Mistério, o candidato aprende como usar o poder construtivo e criativo do pensamento e a realização de que, por este modo, ele constrói ou destrói sua vida. Pelo poder do pensamento, ele pode degradar-se ou glorificar-se. Os movimentos metafísicos como a Ciência Cristã, Unidade e Ciência Divina estão prestando um importantíssimo serviço no mundo de hoje ao considerarem o poder do pensamento construtivo como seu ensinamento fundamental. É verdade que os pensamentos são coisas. A Bíblia expressa esta profunda verdade na citação: “ Como um homem pensa em seu coração, assim ele é”


Nenhum comentário:

Postar um comentário